quinta-feira, 4 de julho de 2013

Assembleia Municipal no Ladoeiro : Prestação de contas de 2012 foi aprovada por maioria com sete abstenções, seis do PSD e uma da CDU.




A Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova reuniu sábado, dia 29 de junho, no Salão Cultural da freguesia de Ladoeiro, mas o presidente deste órgão, Francisco Costa, lamentou que a falta de público, pois "tal revela o afastamento da população do exercício da cidadania". E avançou que a última reunião do órgão máximo do município, neste mandato, será a 8 de setembro, dia de Nossa Senhora da Piedade, na Zebreira, "para que mais pessoas possam participar".
No período antes da ordem do dia, Gonçalo Costa, presidente da Junta de Freguesia do Ladoeiro, congratulou-se com o facto da Assembleia se reunir naquela localidade e numa casa onde, segundo elencou, muitas atividades lúdicas, desportivas e culturais acontecem ao longo da semana, afirmando mesmo que "será o espaço cultural mais utilizado em todo o concelho". Pediu contudo a Armindo Jacinto, agora presidente da Câmara já em exercício, que ajudasse a melhorar o conforto térmico, com a colocação ali de equipamentos de ar condicionado. Também Pedro Ribeiro, do PSD, defendeu a requalificação daquele espaço.
O deputado social-democrata Saragoça Frade, deixou um repto ao PSD de Idanha-a-Nova "para que não deixe acontecer o mesmo que há quatro anos, em que não apresentou listas em seis freguesias". E estranhou ainda a saída de Álvaro Rocha da presidência do município, para quem tinha preparado algumas questões, nomeadamente sobre o novo Centro Agro Alimentar do Ladoeiro, as Hortas de Idanha e ainda, sobre Alcafozes, como o ponto de situação da pista de aviação e outros melhoramentos da localidade, entre os quais, a urbanização da Tapada do Vale da Igreja. Questionou ainda se a unidade de residência assistida para idosos daquela freguesia, por ter uma cozinha, não se destinará a turismo rural.
A saída de Álvaro Rocha foi igualmente criticada por Pedro Rego, eleito pelo CDS-PP, considerando que "traiu a confiança dos munícipes que o elegeram". Criticas que foram contrariadas pelo socialista João Dionísio e pelo atual presidente Armindo Jacinto, que afirmou que aquela "foi a forma de mostrar o seu desapego ao poder".
O deputado municipal do CDS-PP lamentou também que não se tenha ainda requalificado o fontanário secular, que é um marco histórico da localidade e que foi vandalizado. Uma crítica corroborada por Paulo Ribeiro, do PSD, que defende que aquele monumento, de 1571 e que ostenta o escudo de D. Sebastião, merecia outra dignidade.
O socialista Manuel Monteiro fez um ponto de situação e um balanço muito positivo no que se refere à incubadora de base rural, avançando que "há muitos contactos de empresários angolanos, por exemplo, para replicarem este exemplo". Projetos elogiados também pelo deputado João Geraldes, do PS, tal como exaltou o investimento no Centro Agro Alimentar do Ladoeiro. Elogios reiterados pelo também deputado da bancada socialista Sebastião Quarenta. Já Paulo Ribeiro, do PSD, no referente aos 4,5 milhões de euros investidos na ex-Saipol afirmou que "passados 12 anos a falar do projeto soube a pouco. Era esperado mais".
Paulo Ribeiro deixou ainda uma outra questão ao executivo, pois não entendeu o porquê de uma verba de cerca de 74 mil euros para realização de um projeto de utilização da Casa Marrocos, em Idanha-a-Velha, quando "esta casa tinha sido adquirida pelo executivo e já com uma definição para a sua utilização".
Já Albano Pires Marques, do PS, lembrou que o concelho baixou dos 10 mil eleitores, alertando para as consequências negativas que isso pode ter em termos práticos, deixando um apelo a todos os que possam ainda mudar a sua residência para o concelho que o façam rapidamente. António Gil, da CDU, reforçou esta ideia, lembrando que se o número for abaixo dos 10 mil eleitores, o executivo só elegerá cinco vereadores e a assembleia 15 deputados municipais, além do dinheiro que o concelho perde.
Armindo Jacinto reconheceu que "ao longo dos últimos 25 anos, os sucessivos governos não olharam para o país com uma estratégia, nem com atenção para estes territórios de baixa densidade, dai termos dois terços do país abandonados. E uma das causas de Idanha-a-Nova perder eleitores foi a implementação do Cartão de Cidadão por José Sócrates. Perde pessoas e dinheiro".
Nesta que foi a primeira Assembleia Municipal do novo presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, bem como do novo vereador José Carlos Sousa, Armindo Jacinto lembrou os principais investimentos feitos na agricultura e turismo, que "continuam a ser as duas áreas de futuro para o concelho", destacando o trabalho que a Terras de Idanha tem feito ao colocar os produtos locais em mais de 250 lojas no país. "Temos as melhores empadas do país, do melhor queijo do mundo, os azeites de maior qualidade, pelo que temos de pegar nestes produtos, valoriza-los, promovê-los e torna-los numa bandeira do concelho de Idanha-a-Nova".
Ainda nesta sessão, a designação de júri do concurso para provimento do cargo de chefe da Divisão Financeira e Patrimonial foi aprovado por maioria, com quatro abstenções, do PSD. Já a prestação de contas de 2012 foi aprovada por maioria com sete abstenções, seis do PSD e uma da CDU.
O último ponto da Assembleia, referente à escritura de doação do Centro de Saúde de Idanha-a-Nova, foi retirado a pedido do presidente Francisco Costa porque "apesar de ser uma doação condicionada, não tinham sido entregues os documentos onde se referiam quais essas condições, logo, o ponto passará para a próxima reunião se entregarem toda a documentação a ele inerente".

Noticia : Jornal Reconquista

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