sábado, 30 de março de 2013

Idanha-a-Nova é uma «ilha encantada» de tradições pascais, considera historiador



«Ir ver Nosso Senhor», «Sarração da Velha» e «cabeleiras» são algumas das manifestações da piedade popular

O Município de Idanha-a-Nova é como uma “ilha encantada” onde subsistem “tradições religiosas quaresmais e pascais que foram comuns no interior do país”, considera o historiador António Catana.

Em artigo publicado na edição de hoje do Semanário ECCLESIA, o autor do livro ‘Mistérios da Semana Santa em Idanha’ elenca várias “manifestações da piedade popular”, como o canto da Encomendação das Almas nas 17 freguesias do concelho integrado na Diocese de Portalegre-Castelo Branco.

O texto elenca o “ir ver Nosso Senhor” e o Santo Sepulcro, em Idanha-a-Nova, as Ladainhas, em Proença-a-Velha, o terço cantado pelos homens, em São Miguel de Acha, as procissões “corridas” e dos Passos, em Alcafozes, e a dos homens, no Ladoeiro.

António Catana menciona também a “Serração da Velha”, em Idanha-a-Velha, a representação cénica de Maria Madalena, em Proença-a-Velha e Monsanto, os cânticos dos Martírios, da Senhora das Dores, do “Louvád’ síssemo”, da Verónica, das Três-Marias e o das Alvíssaras, no sábado anterior à Páscoa, “ao som do milenar adufe”.

A lista de tradições inclui a Ceia dos Doze, os Santos Passos, as “cabeleiras” em várias paróquias, o Lava-Pés pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia, em Alcafozes e Segura, o descravamento e descimento de Cristo da cruz e a sua deposição no esquife, em Monsanto, além do “Aleluia com cortejo pelas ruas e com as amêndoas à rebatina, lançadas pelo pároco, em Idanha-a-Nova”.

No Domingo de Páscoa, descreve o historiador, é comum a Procissão da Ressurreição, seguida da missa, festividades que se prolongam até ao Pentecostes, com “os bodos, as romarias, as celebrações à Mãe de Deus nos inúmeros santuários campestres”.

A manutenção do “precioso património oral e imaterial” num território que vive “os riscos da total desertificação e do completo envelhecimento da população” deve-se ao “isolamento” e à ação de congregações religiosas, paróquias e Misericórdias, acentua António Catana.

A edição desta do Semanário ECCLESIA, antecipada excecionalmente um dia para preparar o Tríduo Pascal, é dedicada às tradições da Quaresma, Semana Santa e Páscoa em Portugal.

Fonte : Agência Ecclesia

Sem comentários:

Enviar um comentário