quarta-feira, 7 de março de 2012

Freguesias aquecem assembleia municipal


A Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova agendou uma reunião extraordinária para este mês para discutir a proposta de reorganização administrativa que o Governo tem em cima da mesa. A decisão foi tomada na última reunião daquele órgão, onde quase todas as forças políticas deixaram a sua apreensão face à proposta de lei do governo. A exceção foi o CDS-PP, que através de Pedro Rego considerou a reforma administrativa "muito positiva" e capaz de reorganizar as freguesias face à crise.
"É bom que esclareça às pessoas que não vão ficar sem os serviços. O que vão ser beliscados vão ser os quintais", afirmou o deputado municipal em declarações reproduzidas pela Rádio Cova da Beira.
O discurso contra os chamados interesses instalados indignou o socialista Albano Pires Marques. Para o presidente da Junta de Freguesia de Medelim é redutor restringir o papel dos presidentes de junta às intervenções que fazem (ou não fazem) nas reuniões da assembleia municipal.
"Isso só pode ser dito por alguém que não é presidente da junta e que não faz nenhum pelo concelho", disse o autarca dirigindo-se a Pedro Rego, que na sua opinião "optou por vir aqui fazer barulho".
Antes do caso motivado por este tema, o presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova manifestou a sua posição contra qualquer proposta que tenha como objetivo a extinção de freguesias no mundo rural. Mas Álvaro Rocha é adepto da extinção das freguesias nas sedes de concelho.
"Onde há uma sede do município era capaz de ser dispensável a existência de freguesias. E é aí que o Governo pode poupar mais se é essa a intenção", referiu o autarca. No entanto a posição da autarquia é contrária ao encerramento "de qualquer freguesia".
A bancada do PS considera que as últimas propostas apresentadas pelo Governo são ainda mais graves para as freguesias que a proposta inicial incluída no chamado livro verde. João Dionísio, o líder dos socialistas na assembleia de Idanha-a-Nova, diz que a lei "remete o ónus da provação da extinção ou fusão das freguesias para a assembleia municipal", algo com que não concorda.
O PSD defendeu-se das críticas dos socialistas lembrando que o acordo que prevê a extinção de freguesias foi negociado pelo Governo do PS, no âmbito da ajuda financeira ao país. Para Paulo Baptista "podia-se ter ido muito mais longe que aquilo que se foi e infelizmente há muitos interesses instalados, quer do PSD quer do PS".
António Gil, eleito pela CDU, atacou a reforma dizendo que defende uma lógica de concentração que mais parece o regresso a uma figura do passado.
"Não há nada de poder local democrático. Mete-se lá o regedor e nós aqui de Lisboa ou do Terreiro do Paço mandamos as ordens e eles cumprem", exemplificou o deputado municipal.
O debate continua este mês. Só falta conhecer a data.

Fonte : Jornal Reconquista

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