segunda-feira, 29 de março de 2021

Fé em vez da crendice

 

Quantas vezes já ouviu dizer que se você se cruzar com um gato preto vai ter azar?
Quantas vezes se recusou a passar por baixo de um escadote? 

 Mesmo nos chamados tempos modernos em que a objectividade e a racionalidade são mais valorizadas, são raras as pessoas que não nutrem secretamente crenças irracionais ou superstições. As superstições servem muitas vezes para satisfazer necessidades emocionais do indivíduo como a rejeição, a solidão e o fracasso. 

 Para lidar com emoções como o medo e a ansiedade, reforçadas pela predisposição humana para a fantasia e para a preguiça mental, recorre-se aos encantamentos e aos amuletos, aos rosários de contas pendurados por aí e medalhinhas exibidas em redor do pescoço. Também a ideia de nós sermos os únicos responsáveis pelo nosso destino e que Deus nos deu o livre arbítrio é assustadora para alguns. Muitas pessoas procuram refúgio em crenças e depositam a sua confiança em coisas absurdas, sem nenhum nexo . 

Nalguns casos o medo leva a que entreguem todo o seu pensamento crítico a um líder, um guru que se lhes ordenar passar um cheque, obedecem sem hesitação, porque recusar significa terem de enfrentar a própria liberdade. 

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