segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Japoneses em Idanha




O pequeno Nobuaki está feliz. As duas semanas de férias que passou perto de Idanha-a-Nova estão quase a terminar e o menino japonês já tem «saudades de casa», confessa, com um sorriso tímido. Mesmo que essa casa fique num lugar com elevados níveis de radioactividade.

Nos seus 11 anos, esta foi a primeira vez que Nobuaki saiu de Fukushima, ao abrigo de um projecto de solidariedade que trouxe a uma herdade de Idanha-a-Nova 13 japoneses para respirarem ar puro – literalmente.

No regresso ao seu bairro, o Watari, na capital da província de Fukushima, Nobuaki vai reencontrar a mãe e os amigos. Mas, quase um ano e meio depois do acidente nuclear de 12 de Março de 2011, vai «só poder brincar dentro de casa».

E também terá de «fazer desporto sempre no ginásio da escola, pois lá fora o ar está contaminado». Os alimentos que comer têm de ser analisados porque, na cidade, a 60km da central de Fukushima, no Sul da ilha Honshu, quase todos os produtos ainda têm partículas radioactivas.
Por isso, as crianças que vivem nesta região têm «apenas uma hora por semana para estar ao ar livre», conta Hiroko Kageyama, da associação francesa Carrefour de L’Art de Vivre, que trouxe o grupo para o primeiro campo de Verão fora das áreas afectadas – a que chamou ‘Suportes Psicológicos para crianças de Fukushima’, na Herdade do Couto da Várzea.

É uma «espécie de terapia colectiva», como lhe chama. E o «primeiro passo», espera esta arquitecta de interiores de 59 anos, para a criação de uma comunidade japonesa em Idanha-a-Nova.
As despesas de deslocação a Idanha foram na sua maioria suportadas pela referida associação. A autarquia de Idanha ofereceu a estada e algumas actividade.

Fonte: Jornal Sol

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