As Juntas de Freguesia não podem ser o parente pobre da democraciaDecidi aceitar o convite para escrever neste blog porque julgo que as eleições que se avizinham merecem um debate alargado junto da população do Ladoeiro. O voto é o instrumento precioso da democracia, e porque assim é, deve ser convicto e esclarecido. Tenciono, em poucas linhas, dar alguns contributos para que a escolha dos Ladoeirenses possa traduzir as suas verdadeiras aspirações, dentro do espírito daquilo que julgo ser, também, a intenção deste
interessantíssimo blog. Se é verdade que o voto é o instrumento precioso da nossa democracia, as juntas de freguesia, constituindo a base da construção administrativa, são o órgão de proximidade por excelência da administração com os administrados. São aqueles onde há muito se deveria ter investido, em recursos humanos, em dotação financeira, em equipamentos e infraestruturas.
Em Portugal, tem-se verificado o contrário. Na verdade, as juntas de freguesia, células fundamentais da democracia, são o parente pobre da nossa divisão administrativa. Com que resultados? Com o desaparecimento do nosso mais precioso bem: as pessoas. Os nossos jovens, os nossos filhos, os nossos netos, porque se vão eles embora da terra que os viu nascer e crescer? Porque deixam eles para trás pais, amigos e família? Porque vão eles para as cidades e para o estrangeiro, quantas vezes guardando no coração o seu torrão natal, na esperança de um dia regressar? A vida aqui não é fácil. Há poucas oportunidades de emprego e de construir uma carreira profissional compatível com o cada vez mais elevado grau de instrução escolar dos nossos jovens, cuja ambição natural os impele a partir, na perspectiva de conseguir melhores condições.
Não tenho uma varinha de condão e sei que não é fácil trabalhar nestas circunstâncias. Mas sei que não quero ser um presidente merceeiro, que faça a mera gestão corrente do dia-a-dia de uma pequena aldeia. Sei que não quero ser um presidente lacaio ou empregado do presidente da câmara, que se limite a cumprir a suas ordens, sem sequer as questionar.
A Junta de Freguesia é um órgão independente, autónomo e com poderes específicos. Por isso, quero ser interventivo, e reivindicar para a nossa terra, com justiça e ponderação, tudo aquilo de que ela carece, nem que tenha de bater a mil e uma portas, de gabinetes municipais ou ministeriais. Estarei na junta a cem por cento e só me motivará o servir a causa pública, o bem-estar da população e a defesa dos seus interesses próprios. Nada mais! Julgo que saberei estar à altura do desafio que tenho pela frente e que serei merecedor da vossa confiança para o enfrentar.
De entre as áreas de intervenção que me parecem mais prioritárias, e que por isso merecerá a minha especial atenção, gostaria de destacar o apoio aos jovens, à educação, ao associativismo e ao desporto (sendo impossível falar em curto espaço de todas elas). Seria fastidioso enumerar aqui todos os estudos e projectos que concebemos para esta área. Destaco apenas a Biblioteca, com valências alargadas na área das novas tecnologias da informação e da comunicação, o Auditório/Sala de Cinema, a Sala de Estudo e as Bolsas Académicas.
A criação de um gabinete de apoio ao investimento e ao empreendedorismo, se é verdade que poderá apresentar uma janela de oportunidades para os mais jovens, será igualmente uma medida de apoio às actividades económicas e à criação de emprego. Certamente, a agricultura será um sector de intervenção urgente, devendo criar-se uma plataforma multidisciplinar, onde os jovens se destaquem, capaz de repensar e fazer lançar a nossa agricultura, face a um mercado exigente e em constante transformação.
A sensibilização ambiental e ecológica, tão cara à juventude, não será apenas um contributo longínquo para a salvação do Planeta, mas uma via incontornável para chegar à utilização de novas fontes de energia, limpas e renováveis.
A aposta em jovens qualificados traduzir-se-à na criação de alguns postos de trabalho, em áreas como a educação, o serviço social e a animação sócio-cultural.
A valorização dos recursos endógenos não será descurada, no âmbito do nosso rico e vasto património cultural, sendo certos que muitos dos nossos jovens investiram em carreiras académicas deste sector de intervenção.
A criação do Gabinete de Apoio à Desburocratização, apesar de especialmente vocacionado para camadas populacionais de idade mais avançada, e com pouca escolaridade, será também um instrumento de apoio aos jovens, pelo que terá de inovador e de útil.
Correndo o risco de ultrapassar o espaço que gentilmente me foi concedido por este blog e porque as áreas onde penso intervir são muito numerosas, gostaria de remeter para o blog da minha candidatura, onde as medidas por mim preconizadas são bastamente esmiuçadas.
Fica o endereço (ladoeiroindependente.blogspot. com), e a minha inteira disponibilidade para um debate construtivo, no sentido de, em conjunto, construirmos um Ladoeiro melhor, porque julgo que esse é o desejo de todos.
Pedro RegoCandidato à presidente da Junta de Freguesia do Ladoeiro